Mesmo com a inflação em alta, governo diz que não “dá nada além dos 5% acordados em 2012”. Trabalhadores exigem reajuste maior
Os servidores e servidoras federais já começam a se movimentar para a Campanha Salarial 2014.
Em novembro, os jornais noticiaram que a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, aproveitou uma reunião na Câmara dos Deputados para avisar aos servidores que, apesar das pressões, não vai ampliar os gastos com folha de pagamento em ano pré-eleitoral.
Segundo ela, os funcionários públicos terão de se contentar com os 15,8% divididos em três parcelas anuais de 5% até 2015.
“O governo já está fechando a porta para qualquer negociação. Isso é falta de respeito e prova que a Fenasps estava certa em não assinar o acordo de 2012, que previa que não poderíamos reivindicar mais nada até 2015. O governo não conseguiu controlar a inflação. Os preços subiram e os nossos salários estão ainda mais corroídos. Não podemos aceitar apenas 5% em 2014. Temos que lutar para conquistar mais”, convocou o diretor do Sindsaudeprev, Willian Aguiar.
Mobilização
Os trabalhadores e trabalhadoras já iniciaram a mobilização para exigir que o governo negocie com a categoria.
Durante o mês de novembro, diversas entidades que representam os servidores federais estiveram reunidas em Brasília, para a construção da Campanha Salarial 2014. A Fenasps participou das reuniões.
Entre os encaminhamentos definidos está a manutenção dos pontos de reivindicação da campanha de 2012 (confira abaixo). E, ainda, acrescentar a antecipação do pagamento da parcela de 2015, referente ao acordo firmado no ano passado.
“Não podemos aceitar esse discurso do governo de que os reajustes já estão definidos até 2015. O próprio governo não conseguiu controlar a inflação. E campanha salarial tem que ser feita todo ano”, ressaltou a diretora do Sindsaudperev, Marli Brigida.
Pressão
Outro encaminhamento é a elaboração de uma “carta aos parlamentares” com a pauta de reivindicações dos servidores.
Também foi definido o agendamento de reuniões com líderes dos partidos e presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, para expor a necessidade de um reajuste maior em 2014.
Reivindicações da Campanha Salarial 2014
– Antecipação do pagamento da parcela de 2015, referente ao acordo firmado em 2012, que prevê reajuste de 15,8%, dividido em 5% ao ano, entre 2013 e 2015;
– Definição da data-base (1° de maio);
– Política salarial permanente com reposição inflacionária, valorização do salário base e incorporação das gratificações;
– Cumprimento por parte do governo dos acordos e protocolo de intenções firmados;
– Contra qualquer reforma que retire direitos dos trabalhadores;
– Retirada dos PL´s, MP´s, Decretos contrários aos interesses dos servidores públicos (PL 549/09, PL 248/98, PL 92/07, PL 1992/07 e demais proposições), supressão do artigo 78, da LDO, que define o prazo até 31 de agosto, para encaminhar projetos de lei que reestrutura carreira e concede qualquer tipo de reajuste aos trabalhadores.
– Supressão dos artigos 86 e 87 que tratam da mudança de indenizar a insalubridade/periculosidade no PL 2203/11 e supressão do artigo 46 que trata da redução remuneratória aos médicos que têm sua carga horária regulamentada por lei no PL 2203/11;
– Paridade entre ativos, aposentados e pensionistas.
Calendário de mobilização 2014
22 DE JANEIRO – lançamento da Campanha Salarial 2014 com atos públicos nos estados;
05 DE FEVEREIRO – lançamento Nacional da Campanha Salarial 2014 com Marcha à Brasília;
06 DE FEVEREIRO – Seminário Nacional sobre Dívida Pública;
07 DE FEVEREIRO – Reunião Ampliada do Fórum das Entidades Nacionais; Segunda quinzena de março/primeira quinzena de abril – período indicativo para início da greve dos servidores federais, caso o governo não atenda as reivindicações da categoria.
Agende-se e fortaleça essa luta!