Por volta das 05 horas da manhã, a categoria da saúde, trabalho, previdência e assistência social já se articulava para a manifestação por direitos sociais, nas proximidades da Rodoviária de Vitória. Começava ali o Dia Nacional de Greves e Mobilizações, que transformou a quinta-feira, 11 de julho de 2013, no Estado.
Após a saída, os manifestantes passaram pelo Palácio Anchieta, onde foi entregue uma pauta de reivindicações ao governador Casagrande. Depois seguiram, em passeata pelas principais vias da capital, até a Assembleia Legislativa, onde encontraram com trabalhadores de outros setores, vindos de outros pontos da cidade.
Lá manifestaram apoio ao movimento #OcupaAles e reforçaram as críticas a políticas dos governos federal, estadual e municipais contrárias aos direitos dos trabalhadores. Diante da importância da greve geral, os organizadores informaram que não estão descartadas novas manifestações dos sindicatos e movimentos sociais, haja vista que houve adesão de praticamente todos os estados brasileiros.
Dia de luta
Na Grande Vitória nenhum ônibus circulou durante toda quinta-feira, 11 de julho. O principal centro comercial da capital ficou com suas portas fechadas. E a classe trabalhadora saiu às ruas, de diversos pontos da Região Metropolitana, para cobrar direitos dos trabalhadores e também da população.
Na pauta geral, cobranças por melhores salários, redução da carga horária, fim do fator previdenciário, paridade entre ativos e aposentados, anulação da reforma da previdência do Mensalão, auditoria da dívida, contra a privatização da saúde pública, pelo fim dos leilões do petróleo e do PL que cria fundações privadas no setor público.
Além das pautas específicas de cada categoria representada pelo Sindsaudeprev.
“Esse movimento é muito importante para alavancar os movimentos sociais e o Sindsaudeprev está sempre na luta para haver melhorias nos serviços públicos prestados à população. E estamos nas ruas também contra a discriminação do subsídio do governador Casagrande, que atinge os trabalhadores estaduais, que estão há mais de um ano sem receber insalubridade, mesmo trabalhando em locais insalubres”, frisou o coordenador do Sindsaudeprev, Willian Aguiar.
A luta dos trabalhadores federais também foi contemplada. “Estamos na luta pela incorporação das gratificações, por uma política salarial justa, pela garantia das 30 horas no INSS e que essa jornada seja estendida aos demais órgãos e também por melhores condições de trabalho, pois nossos trabalhadores estão adoecendo e não dá para um trabalhador doente atender a população”, destacou a coordenadora do sindicato, Marli Brígida.
O agente de combate às endemias (ACE) Ronaldo Carvalho também protestou por melhorias para os ACE e também para os agentes comunitários de saúde (ACS).
“A maioria dos ACS e dos ACE vivem com contratos de trabalho precários, vivem sem salários dignos, apesar de atuarem no combate à dengue e a outras endemias, além de promoverem serviços de atenção básica e preventiva de saúde. Sem falar que temos uma lei que garante piso salarial e efetivação junto às prefeituras, mas que muitos municípios não cumprem. Precisamos ser mais respeitados pelo poder público, pois fazemos um trabalho muito importante para toda a população”, pontuou.
Apoio ao #OcupaAles
Em frente à Assembleia Legislativa, onde os protestos que começaram na Ufes, na Serra e em Vila Velha, se encontraram aos manifestantes que vieram do Centro de Vitória e de Cariacica, os trabalhadores se solidarizaram ao movimento #OcupaAles.
“Já pagamos a ponte várias vezes. O que é nosso tem que ser administrado pelo público e não pelo privado. Não somos baderneiros. Baderneiro é quem faz o povo passar fome. Abaixo ao pedágio da Terceira Ponte. E apoio aos manifestantes que estão dentro dessa Casa de Leis, que é a Casa deles também, já que os próprios deputados a chamam de Casa do povo”, argumentou o coordenador do Sindsaudeprev, Domingos França.
O #OcupaAles é representado por cerca de 100 manifestantes que estão dentro da Assembleia, desde o dia 02 de julho. Eles cobram a aprovação do projeto de decreto que prevê o fim do pedágio da Terceira Ponte. A Mesa Diretora da Casa já solicitou a reintegração de posse à Justiça. E a decisão pode sair ainda nesta sexta-feira, 12.