O Sindprev-ES estará na luta contra o projeto de reforma da previdência do governo Bolsonaro
O Sindprev-ES realizou uma assembleia geral nessa quarta-feira, 5, no auditório do INSS, em Vitória, para debater sobre a adesão da categoria à Greve Geral, no dia 14 de junho.
Os presentes no encontro aprovaram por unanimidade a participação do sindicato no movimento, organizado pelas centrais sindicais para o dia 14 de junho, contra o projeto de reforma da previdência do governo Bolsonaro.
O diretor do Sindprev-ES, Willian Aguiar Martins, reforçou que a medida é péssima para os trabalhadores, do serviço público e da iniciativa privada.
E milhares de pessoas deram respostas contra os cortes no orçamento da Educação e o fim da aposentadoria nas ruas, nos dias 15 e 30 de maio. Os movimentos foram termômetros de pressão popular contra as medidas do governo.
“O governo tenta a todo custo aprovar a reforma. Tenta captar a população com propaganda na televisão, no rádio, na internet, como se a mudança fosse uma coisa boa. Mas toda a classe trabalhadora será prejudicada”, pontuou.
O diretor ainda relembrou que o sindicato fez duros enfrentamentos e greves aos ataques das gestões dos governos Lula, Dilma e Temer. E que nesta não será diferente.
“É tempo de enfrentar a tentativa de destruição do estado brasileiro. Lutar pela Educação e pelo Seguro e pela Seguridade Social. O Sindprev-ES sempre esteve na luta pelos direitos da população e continuará forte e combativo”, garantiu.
Diga não à capitalização!
A assessora política do Sindprev-ES, Lujan Miranda, esteve presente na reunião e alertou sobre os perigos da capitalização (privatização) da previdência social, a imposição da idade mínima e o aumento do tempo de contribuição.
Para ilustrar como o regime de capitalização é prejudicial para a classe trabalhadora, ela usou como exemplo a atual conjuntura dos nossos vizinhos sul-americanos do Chile – com a entrega da previdência para os banqueiros.
Lujan ainda recomendou o documentário “Crisis de la Pensión en el Chile – El Negoció de las AFP” para melhor ilustrar a situação do povo chileno.
“Não é uma reforma. Reformar é aprimorar, melhorar. A medida visa destruir a previdência social e acabar com a nossa aposentadoria e dos nossos filhos e netos. E apenas com a pressão popular podemos barrar esse ataque”, alertou.
Lujan também distribuiu cartilhas sobre o projeto de reforma da previdência e recomendou os vídeos da Auditoria da Dívida Pública, que denúncia a falácia sobre a crise no Brasil e a previdência deficitária. Clique aqui e acesse a cartilha.
Clique aqui e confira a página da auditoria no Facebook.
Não tem jeito, contra a reforma é greve geral!
Os/as participantes da assembleia complementaram e enriqueceram o debate na assembleia geral.
A servidora da agência da previdência social (APS) de Vitória Tatiana Gomes compartilhou um pouco sobre a sua rotina de trabalho.
Tatiana falou sobre o perfil do público que mais necessita do atendimento direto com o servidor e da importância da presença desse profissional.
“Eu trabalho no balcão e diversos idosos têm dificuldades em acessar os seus direitos. E quando chegam à agência descobrem que falta mais tempo para contribuir, porque o recolhimento não foi feito da maneira correta ou não foi feito”, disse a servidora.
E o servidor de Aracruz José Ramos levantou a questão do INSS digital e do teletrabalho.
“Após às 13 horas não têm mais demanda espontânea. Pessoas estão sendo mandadas para casa. Apenas são atendidas as pessoas que possuem horário marcado. Nós sabemos que nem todo mundo sabe utilizar o portal ou tem familiaridade com tecnologia. Isso dificulta ainda mais o acesso”, lamentou.
Ele ainda destacou que a manobra de “informatizar” o órgão e capitalizar a previdência é um risco para a existência da categoria.
“Essas mudanças podem acabar com o INSS e com a existência dos nossos cargos. Acham que é exagero? Vejam os companheiros da Infraero”, apontou.