Para a CSP-Conlutas, a decisão é muito importante, pois fortalece o processo de mobilização existente nas bases de várias categorias de todo o país
Em reunião realizada nesta sexta-feira (23), as centrais sindicais confirmaram o dia 30 de junho como uma data unitária para parar o Brasil contra a Reforma Trabalhista, em defesa dos direitos e da aposentadoria.
Para a CSP-Conlutas, a decisão é muito importante, pois fortalece o processo de mobilização existente nas bases de várias categorias de todo o país, que aprovaram nas últimas semanas a Greve Geral no dia 30. Importantes entidades, como a Fenametro, comitês populares e movimentos reivindicaram das centrais a manutenção do dia 30 como um dia de Greve Geral.
Durante a reunião, representantes de várias centrais deram informes sobre o clima nas categorias e avaliaram a situação política no país.
Em nome da CSP-Conlutas, o membro da Secretaria Executiva Nacional da central, Luiz Carlos Prates, o Mancha, foi contundente em defender a manutenção da Greve Geral no dia 30. Na reunião também estiveram presentes outros membros da SEN, como Atnágoras Lopes, Mauro Puerro e Gilbran Jordão.
“A crise do governo é cada vez maior. Temer está prestes a ser denunciado e tivemos uma vitória no Senado, com a votação na CAS, que dá ainda mais ânimo e disposição aos trabalhadores. É nossa obrigação reafirmar a Greve Geral no dia 30, acabar com qualquer confusão no movimento, e aproveitar essa conjuntura favorável aos trabalhadores para derrotar Temer e suas reformas”, disse Mancha.
“Em assembleias realizadas por todo o país foi aprovado Greve Geral. A CSP-Conlutas entende que é possível e necessário fazer no dia 30 um dia superior à greve que fizemos em abril. Há disposição dos trabalhadores e por parte nossa, das centrais, não pode haver vacilo ou recuo”, afirmou.
Em várias falas, foi alertado também que não se pode cair na armadilha de negociar com o governo Temer qualquer Medida Provisória ou remendo nas reformas, pois Temer é inimigo dos trabalhadores e não se pode aceitar nenhum direito a menos.
A reunião aprovou uma nota unitária das centrais e definiu ainda que entre os dias 27 e 29 continuarão sendo realizadas mobilizações, como pressão sobre os senadores, atos nos aeroportos e protesto no dia da votação do relatório da reforma trabalhista na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Uma nova reunião de avaliação da Greve Geral do dia 30 ficou pré-agendada para o dia 5 ou 6 de julho.
Construir uma forte Greve Geral pela base
Com a confirmação unitária do dia 30, a orientação da CSP-Conlutas a todas as entidades filiadas é jogar todo peso na construção da Greve Geral pela base, com a realização de assembleias, plenárias, reforçar os comitês populares de luta contra as reformas, reuniões nos locais de trabalho e bairros, etc.
“Vamos jogar nossas forças para construir uma forte Greve Geral que pare o país, paralisando as fábricas, o transporte, os bancos, o comércio, as escolas. Somente a mobilização dos trabalhadores pode derrotar o governo e as reformas. Esse é o caminho” , concluiu Mancha.
Confira a nota unificada das centrais:
NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS
23 de junho de 2017, São Paulo, SP
DIA 30 DE JUNHO – VAMOS PARAR O BRASIL CONTRA A REFORMA TRABALHISTA, EM DEFESA DOS DIREITOS E DA APOSENTADORIA
As Centrais Sindicais têm acompanhado cotidianamente os desdobramentos da crise econômica, política e social, bem como a mais ampla e profunda tentativa de retirada dos direitos dos trabalhadores, através da tramitação das Reformas Trabalhista e da Previdência no Congresso Nacional.
A ação unitária das Centrais Sindicais tem resultado em uma grande mobilização em todos os cantos do país, como vimos nos dias 08 de março, 15 de março, na Greve Geral de 28 de abril e no Ocupa Brasília em 24 de maio. Como resultado do amplo debate com a sociedade e das mobilizações, conseguimos frear a tramitação da Reforma da Previdência e tivemos uma primeira vitória na Reforma trabalhista, com a reprovação na CAS (Comissão de Assuntos Sociais do Senado).
Mas ainda não enterramos essas duas reformas, e por esse motivo, continuamos em luta.
Nesse contexto, as Centrais Sindicais reunidas no dia de hoje conclamam todas as entidades de trabalhadores a construir o dia 30 de junho de 2017 e o seguinte calendário de luta:
- 27 de junho: audiência dos Presidentes das Centrais Sindicais no Senado;
- 27 a 29 de junho: atividades nos aeroportos, nas bases dos senadores e no senado federal;
- 30 de junho: Vamos parar o Brasil contra a reforma trabalhista, em defesa dos direitos e da aposentadoria.
- No dia da Votação da Reforma Trabalhista no Senado: mobilização em Brasília
Estamos certos de que a unidade de ação é crucial na luta sindical sobretudo em momentos conturbados como o que atravessamos.
CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros
CSP Conlutas – Central Sindical e Popular
CTB – Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil
CUT – Central Única dos Trabalhares
Força Sindical
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores
UGT – União Geral dos Trabalhadores
Fonte: CSP Conlutas.