Categoria aprova entrada no movimento paredista. E governador Casagrande tem a fórmula para acabar com a paralisação: parar de enrolar os trabalhadores e pagar a INSALUBRIDADE PARA TODA A CATEGORIA. E também atender às demais reivindicações!
A categoria da Saúde começa uma greve, por tempo indeterminado, a partir da zero hora desta segunda-feira, 11 de novembro de 2013. A decisão foi tomada pela assembleia das trabalhadoras e dos trabalhadores da Saúde, realizada no início da tarde desta terça-feira, 05, em frente à Secretaria Estadual de Gestão e Recursos Humanos (Seger), em Vitória.
É importante destacar que o governador Casagrande é o grande responsável pela decisão dos trabalhadores em entrar em greve. Afinal, o governo tem a fórmula para acabar com a paralisação: é só parar com a enrolação e pagar a insalubridade, que é um direito dos trabalhadores, que não vem sendo paga desde agosto de 2012.
E também atender as demais reivindicações da categoria, que são pauta desta greve e de muitas manifestações realizadas no decorrer do ano, como: solucionar os problemas que ele criou com o subsídio, melhorar as condições de trabalho, parar/reverter a entrega dos hospitais públicos para organizações privadas, valorizar os trabalhadores da saúde pública com salários dignos, luta pelo fim do assédio moral etc.
Veja aqui a pauta das reivindicações da Saúde, relacionadas ao subsídio e à insalubridade.
Confira as fotos da assembleia e do ato público!
Em relação à insalubridade, a categoria luta ainda para que Casagrande estenda o benefício a todos os trabalhadores da Saúde, pois de acordo com o projeto do governo, a maioria dos trabalhadores ficaria sem direito ao ressarcimento por trabalhador em ambientes insalubres.
“Trabalhamos em locais insalubres, com risco constante de infecção e precisamos ser ressarcidos com a insalubridade, que é um direito constitucional. Mas o governo Casagrande só enrola a nossa categoria com sua política de desvalorização, de desrespeito e estamos há mais de um ano sem receber a insalubridade, que ele prometeu que pagaria durante as negociações do subsídio ainda no ano passado”, destacou a coordenadora do Sindsaudeprev Luceni Gomes de Novaes.
Ela lembrou que ainda as constantes reuniões com o Governo, que já conhecia as propostas de alteração do sindicato, mas as ignorou com os passar e cancelamentos de reuniões, nas quais Casagrande desfila sua arte de enrolar o trabalhador.
“Fizemos muitas reuniões com o governo, nesses últimos meses. E quando o governo apresentou a minuta do projeto, no início de setembro, vimos que seria uma tragédia para a Saúde. Desde então, pedimos alterações, porém, o governo adiava reuniões. E, quando fomos chamados pela última vez, agora dia 1º de novembro, vimos que as alterações que o sindicato tinha proposto não foram acatadas. E isso foi o estopim. E os trabalhadores decidiram pela greve para que pois se cansaram dessa enrolação”, frisou a coordenadora.
Luceni lembrou ainda que o sindicato entrou na Justiça para lutar pela insalubridade. E que a greve vai muito além da insalubridade. Pois, neste ano, diversas manifestações na ruas, paralisações pipoca, protestos em diversos hospitais foram realizadas na luta para resolver os problemas do subsídio, por melhores condições de trabalho, contra o assédio moral e pela valorização dos trabalhadores e dos serviços públicos.
Limitação da insalubridade é desumana
Para o sindicato, o projeto de lei apresentado pelo governo Casagrande é desumano, pois retira o benefício de grande parte dos trabalhadores da Saúde, uma vez que prevê que apenas terá direito à insalubridade quem tem contato direto com pacientes e agentes químicos de risco.
Porém, os trabalhadores querem receber o benefício por trabalharem em ambientes insalubres, pois dessa forma eles já se expõem a riscos e prejuízos à saúde. Sem falar na falta de condições de trabalho dos hospitais o que só acaba tornado os ambientes ainda mais insalubres e mais propícios à disseminação de doenças.
Subsídio é opcional? Cabe destacar que o governo sempre tratou a adesão ao subsídio como uma opção do trabalhador. Mas na prática, o que se vê é o governo do Estado induzindo a adesão de qualquer maneira.
Em reuniões com a Seger, os próprios representantes da Secretaria já afirmaram que é de interesse do governo aplicar o subsídio para todos os trabalhadores. Ou seja, o governo diz que é opcional, mas na prática quer tornar obrigatória a adesão a essa política salarial que vem segregando e retirando direitos dos trabalhadores.
“Pouco mais de 700 trabalhadores ainda não aderiram ao subsídio, mas eles estão sofrendo pressão para fazer a adesão, que o governo dizia que era opcional, mas agora quer empurrar para cima do trabalhador”, frisou a coordenadora do Sindsaudeprev, Geiza Pinheiro.
Em breve confira detalhes sobre o projeto de lei da Insalubridade apresentado pelo governo, bem como as alterações propostas pelo sindicato.
Ato público
Após a assembleia geral que deflagrou a greve da Saúde a partir do dia 11 de novembro, os trabalhadores da Saúde participaram de um ato público, em frente ao prédio da Seger, junto de outras categorias que faziam reivindicações em frente ao edifício Fábio Ruschi, no Centro de Vitória, que é também sede da Secretaria Estadual de Justiça.
Foi que, por coincidência, bombeiros e policiais militares reivindicam o realinhamento salarial. Os trabalhadores da saúde participaram do ato até pouco antes das 16 horas, quando encerraram sua participação no protesto.